domingo, 18 de março de 2012

Tanta a ausência que até “Elas” têm dificuldade em acertar com as voltas.

Voltas com elas … volta a ter “Elas” no horizonte e no horizonte o click, que as palavras apenas tentarão ligar.

E, as voltas fazem-se de pedaladas, ao sabor dos ventos do momento, do sol sorrindo lá no alto e da prosa com este ou aquele, cá pela terra, desafiando cada pedra dos caminhos que Elas vão percorrendo.

Aos poucos o ritmo adquire continuidade, deambulando à velocidade do prazer e seguindo com a intensidade que sustenta mais a satisfação que a competição, com a certeza de que, por mais duro que seja o caminho, ele encerra sempre o encanto das novas experiências ou o revisitar de frescas recordações.

Nada melhor para deitar fora as ausências do que revistar as memórias e repetir velhas experiências.

Só custou a por o pé no chão.
Depois, foi a ritmo dos velhos hábitos intensificados recentemente e, à 9,30 saíamos ao caminho de quem afinal não poderia nos acompanhar.
Mudou-se a agulha, alterou-se a vontade e como o Temido concordou, rumámos em direcção ao Mondego, somando as pedaladas, à natureza e à fauna esvoaçando ou queda nos ninhos, nos observava lá do alto.

O arroz e a lampreia já lá iam e os remadores ficaram-se por casa, dando ao Centro de Alto Rendimento o aspecto deserto que nos habituámos a ver quando seguimos o rasto dos impostos que nos vão subtraindo.

O habitual pastel de nata lá estava, à espera de acompanhar o café e alimentando a necessidade de nos fazer regressar ao ponto de partida, enquanto o altaneiro castelo nos implorava uma visita, a que as forças não se mostraram disponíveis a cumprir.

O cheiro ao almoço sentia-se mais intenso a cada pedalada de regresso e a cada menor disponibilidade das pernas em acompanhar os pedais.
A meio, o negócio não se concretizou e … tivemos de por de parte aquela tentativa de que Elas engrossassem a colecção daquele museu e nós … regressássemos mais confortavelmente.

Hoje, como sempre, Elas nos acompanharam de princípio ao fim, sempre nos sorrindo a cada curva, a cada salto, ou no esforço de novas subidas.

Hoje como sempre, às voltas foi mesmo com … Elas!

domingo, 1 de março de 2009

Rapidinha a solo por Sicó

Este domingo estava inicialmente destinado a ficar por casa, saboreando a família.

Não obstante o convite do Sérgio para irmos descobrir uns trilhos novos para a zona de Eiras a convite de um conhecido de pedaladas, a preguicite aguda que me atacava no sábado, levou-me a recusar.

Ontem, já noite dentro, um contacto com “ela” para substituir o conta-quilómetros, acabou por despertar o bichinho e a saudade das pedaladas, que não dava desde o ataque ao queijo, já lá vão uns longos 15 dias.

Mas, nada de despertador. Seria o corpo e o espírito a decidirem sozinhos o que iria fazer.
Domingo, 8 horas e 45 minutos, espreitados pelo canto do olho, enquanto se desencadeava uma guerra interna: ir ou não ir?

De um lado aqueles, argumentos, que ficar no quentinho da cama era bem mais aconselhável, que sozinho as pedaladas não têm sabor, que a bike, tem horror a falta de companhia, enfim … a apologia da preguiça e do comodismo.

Mas do outro, esta o Rio dos Mouros chamando, os penhascos acenando, os trilhos espreitando, os cheiros e as cores saltando de monte em monte ou de arbusto em arbusto, as cabras e as ovelhas fugindo da burra.

Ganharam estes!

Devoravas as laranjas, despertado com um café, soltadas as amarras, foi desfraldar pedaladas em direcção a Conímbriga e entrar serra acima, ao som dos pensamentos solitários de uma manhã já avançada.

O rio, agora quase seco, era o repouso de água, pouca e plantas verdejantes e flores de um branco imaculado, assistia ao desfecho de mais um dilema: que caminho tomar: O single ao longo da sua margem, ou aquela subida a partir do Poço, que não fazia faz tempo? Ganhou esta.

As rodas avançavam, saltando vagarosamente de pedra em pedra, ao impulso de cadenciadas e lentas pedaladas, entrecortadas por algumas sessões fotográficas, em que a beleza, os sabores, as cores e os cheiros da serra, da sua fauna e da sua flora, iam sendo registados.
Descobrem-se nos arbustos mimosas flores brancas que, contrastam com o verde-escuro das folhas e o carregado das nuvens que iam tapando o astro rei.

A descida em direcção a Janeanes, faz-se ao sabor descontraído da contemplação da natureza e de reflexões interiores, que só o cruzar com um grupo de companheiros de pedaladas faz abandonar.

Atingida Janeanes, continua-se a subida.

Já de regresso, está o pastor com as suas cabras e ovelhas, serpenteando aquele bonito charco em forma de coração, bordeado de pequenas flores brancas. O estradão, também ele ladeado de frondosos arbustos de brancas flores cobertos, leva-nos até à entrada da Chanca. Os tipos vários de portões saltam à vista. Dos mais rudimentares e frágeis, aos mais seguros e sofisticados, de muitas e variadas formas, cores e materiais.
Na aldeia, cruzamos com habitantes habituados ao cruzar de bikes e bttistas, afáveis no cumprimento, seguindo com o olhar simples e curioso, as nossas pedaladas do momento.

Com o Rabaçal ao fundo, lançámo-nos estradão abaixo, até aquela vista soberba nos fazer parar, para a registar e sobretudo contemplar, enchendo a vista de pequenas casinhas e de uma vegetação feita de minúsculos arbustos.

À esquerda, iniciámos a descida daquele single soberbo que, do alto da serra, nos trouxe até à queijaria tradicional da Legacão e em seguida, até ao Rabaçal e um salto ao seu campo arqueológico, onde um outro tipo de portão nos barrou a entrada.
Ultrapassado Rabaçal seguimos a caminho do Zambujal, enchendo a vista do castanho das folhas e dos troncos daquela floresta que o Outono e o inverno despiram.
Subindo ao Zambujal, a descida em direcção a Póvoa das Pegas faz-se por estrada e a grande velocidade, que a voltinha se aproxima a largas pedaladas do final. Cruza-se a estrada de Tomar, depois a de Miranda e toma-se o trilho que nos leva a Alcabideque.

O regresso a casa faz-se por Conímbriga.
Um último olhar para o vale do Rio dos Mouros, bem seco lá no fundo e para aquela subida onde havia pouco tempo tínhamos começado a nossa divagação.

As saudades da serra começaram logo de seguida. Só o bacalhau assado que me esperava em casa as fez esquecer, ainda que por pouco tempo.

Um destes dias, volto lá … ela não vai perder por esperar, para mais uma …

Volta com elas!
Killas
Agora ... as fotos!

domingo, 29 de junho de 2008

Projecto de Vida

Depois de algum tempo parado, para a semana voltam as voltas em terras de Torga.



Depois digo mais qualquer coisa.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Voltinha pelo sopé de Sicó, ou um reencontro com a história e a antropologia

A manhã apresentou-se num sol radioso e numa temperatura excelente. O Szoze chegava como habitualmente às 8,30 e … foi logo pedalar até Conímbriga.
Ao fazer a primeira e curta descida, ouvem-se as vozes de companheiros de trilhos que ecoavam pelo vale … é impossível o pessoal do pedal resistir aos encantos desta serra.
A beleza envolvente suavizava a dureza da “subidita” que se seguiu, feita sempre em ritmo de “perseguição” aos fugitivos BTTistas que seguiam à nossa frente e a partir de certa altura sempre com eles na mira, embora o gozo da paisagem, o saborear dos cheiros e o sentir as cores nos encherem os olhos, raramente deixava tempo para mais do que ir dando uma pedalada atrás da outra.






Depois foi aquela descida pedregosa até ao vale do “Rio Seco” e as fotos habituais, da maravilhosa, serena e profundamente relaxante paisagem até alcançarmos o Poço.










Como as paragens de 15 dias não fazem nada bem às pernas e as subidas não gostam mesmo nada delas, decidimos hoje fazer a voltinha pelo sopé da serra e mandámos a subida do Poço às ortigas, acompanhando de baixo e ao longe o doce “sofrimento” daqueles dois fugitivos que seguiam por aquela encosta tão esplêndida quanto difícil.



O Szoze não fazia outra coisa que não fosse registar fotograficamente tudo o que encontrava, nem que fosse uma mera placa indicativa dum troço do Caminho de Santiago ou de uma qualquer ponte, não Romana, mas tão só … Filipina.



Seguimos ao longo do rio, completamente seco até Fonte Coberta, onde encontramos o que as fotos demonstram e descobrimos que já havia sido outrora um pequeno concelho





e ainda mais, um troço dos Caminhos de Santiago



ou ainda a placa alusiva a uma Estalagem que remonta ao Sec. XVII.



Difícil imaginar aquela pacata e simples povoação, tão próxima de centros tão importantes como foram outrora Conímbriga e ainda o é hoje e sempre Coimbra, ter sido outrora concelho e local de peregrinações, seguramente para norte – Santiago de Compostela e porque não imaginar mais recentemente Fátima, para Sul.
Nem mesmo a referência a artistas outrora famosos, lado a lado com aquelas placas dos correios e dos posto públicos de telefones de outrora, que se confundiam emergiam nos mesmos espaços



Guardados na penumbra por aqueles edifícios seculares, de lojas feitos e onde ainda hoje se guardam os fenos e a palha dos cereais.





Seguimos depois em direcção ao Zambujal e, sinónimo da sua antiga importância, vejam as fotos do antigo lavadouro, com dezenas de pias e “pedras” e de lavadouros individuais, seguramente fruto de necessidades sociais de outrora, da sua população que seria seguramente em maior número do que actualmente, já que era evidente o completo desuso daquela estrutura social,



Guardada por aquela imponente majestosa serra ao fundo,



Seguindo por um trilho ao longo da estrada de Penela, atravessámos em direcção à estrada de Miranda e eis senão quando, no meio de nada, ou porque não de quase tudo o que a natureza nos tem para oferecer, nos surgiu umas alminhas,



em homenagem a uma qualquer Santa que não identificámos e com a guarda de Santiago no exterior - será que estamos em mais um pedaço dos seus caminhos?



Seguimos depois para Alcabideque e uma subida à sua pista de DH, até encontrarmos o caminho de regresso através de uma passagem por velhos e conhecidos trilhos por Orelhudo e depois a voltinha urbana da praxe pelas ruas íngremes e estreitas de Condeixa, ouvindo aqui e ali i barulho cintilante dos canais que trazem água desde Alcabideque ou da ribeira de Bruscos e de que para a próxima deixaremos algumas fotos, se entretanto chover mais para os encher mais um pouco.
Seria sem dúvida um cartaz turístico complementar de Conímbriga a elaboração de percursos pedonais ou mesmo para bicicleta complementados com uma visita ao património arquitectónico e urbano de Condeixa, a que podíamos dar o nome de “Caminhos de Água”
Quem sabe o executivo camarário não lê estas linhas e não aproveita a ideia …

Façam o favor de serem felizes …

sábado, 22 de março de 2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

De Condeixa a Lavos e as memórias de outrora

Depois de uma semana sem pedal, o domingo trouxe um apelo íntimo e um desafio irrecusável. A família ficava ainda na cama. A falta de companheiros para pedalar e a necessidade de ir até Lavos (não se pode faltar ao aniversário da sogrinha... não é), pôs-me em cima da bike e a caminho de Montemor-o-Velho, naquele percurso rolante ao longo da ribeira e da estrada Condeixa - Montemor, com aquela nortada fresquinha pela frente e o mar no "horizonte" de chegada.
Depois de passar a pista de remo e quando virava para o parque de merendas de Montemor, uma voz atrás dizia: "Não é para aí ... é para aqui". Era o amigo Girão e mais três bttistas, que haveria de encontrar mais à frente e que seguiam directamente para a Figueira da Foz. Rumando mais a Sul, fui deixando para trás Ereira, Abrunheira, Reveles, até chegar junto do Rio Mondego. Aí, o cenário tantas vezes idílico do maior rio inteiramente português, deu lugar ao pesadelo de ver tantas redes de pesca ao "Meixão", que as autoridades marítimas persistem em fazer que não vêem ou pior, a alegar que os meios são escassos para actuar.







E para apanhar aqueles minúsculo peixes, ou melhor, aqueles animais que têm a ousadia de tentar subir o rio para chegar ao local de partida das suas progenitoras enguias, tudo o resto, ser vivo ou inerte, ali fica retido naquela rede de malha apertada e acaba na margem em cima de uma qualquer "mota" (designação dada aos estradões por meio dos campos de arroz do Mondego), apodrecendo ao sol e à chuva ou sendo arrastado pela nortada forte do fim da tarde.

E, estaria até agora aquela imagem a martelar-me a cabeça, não fosse mais à frente, já em plenas salinas dos Armazéns de Lavos, aquele bando de flamingos, impávidos e serenos á minha passagem e ao ficarem bem ou mal na foto.



Alguns metros depois, um barco outrora usado para transporte de sal, recuperado e ancorado junto ao Museu do Sal, no cada vez mais assoreado Esteiro dos Armazéns,



chorava de dor ao ver mais abaixo os seus pares enterrados e apodrecidos no meio do lodo que inunda o canal.



Aproximava-se o banho quentinho. Daí até casa, ainda uma passagem por um ou outro trilho sobejamente conhecido, para verificar de o piso estava bom, se as subidas se tinham inclinado ao contrário, ou se as pedras tinham rolado para as bermas e a areia tinha voado com o vento.
Mas não... tudo estava como devia estar: as subidas continuavam a ter um só sentindo... o de subir, as pedras pesadas demais ali continuavam e a areia... essa tinha voado mas fora substituída por outra...
Tudo estava como sempre conheci e como deveria estar ...
E... com toda a certeza, as redes... essas lá continuariam aguardar, como há 30 anos, que as autoridades marítimas as vissem ou que, as vendo, tivessem os meios para as tirar e queimar.
Ou será que devo dizer... que as autoridades tenham vontade para fazer o que deve ser feito...!!!???

terça-feira, 4 de março de 2008

Serra D'Ossa



Aproveitando uma viagem até Estremoz, na companhia de dois companheiros, fomos fazer o reconhecimento para a Maratona de Estremoz.



O primeiro objectivo estava lá bem ao fundo, sempre acompanhado de paisagens magnificas.



Descidas fabulosas



E por fim o primeiro objectivo



Companheiros de viagem



Muito eles esperaram eles...


No fim fica a recordação de uma manhã bem passada e um até já, até dia 13 de Abril.