segunda-feira, 7 de abril de 2008

Voltinha pelo sopé de Sicó, ou um reencontro com a história e a antropologia

A manhã apresentou-se num sol radioso e numa temperatura excelente. O Szoze chegava como habitualmente às 8,30 e … foi logo pedalar até Conímbriga.
Ao fazer a primeira e curta descida, ouvem-se as vozes de companheiros de trilhos que ecoavam pelo vale … é impossível o pessoal do pedal resistir aos encantos desta serra.
A beleza envolvente suavizava a dureza da “subidita” que se seguiu, feita sempre em ritmo de “perseguição” aos fugitivos BTTistas que seguiam à nossa frente e a partir de certa altura sempre com eles na mira, embora o gozo da paisagem, o saborear dos cheiros e o sentir as cores nos encherem os olhos, raramente deixava tempo para mais do que ir dando uma pedalada atrás da outra.






Depois foi aquela descida pedregosa até ao vale do “Rio Seco” e as fotos habituais, da maravilhosa, serena e profundamente relaxante paisagem até alcançarmos o Poço.










Como as paragens de 15 dias não fazem nada bem às pernas e as subidas não gostam mesmo nada delas, decidimos hoje fazer a voltinha pelo sopé da serra e mandámos a subida do Poço às ortigas, acompanhando de baixo e ao longe o doce “sofrimento” daqueles dois fugitivos que seguiam por aquela encosta tão esplêndida quanto difícil.



O Szoze não fazia outra coisa que não fosse registar fotograficamente tudo o que encontrava, nem que fosse uma mera placa indicativa dum troço do Caminho de Santiago ou de uma qualquer ponte, não Romana, mas tão só … Filipina.



Seguimos ao longo do rio, completamente seco até Fonte Coberta, onde encontramos o que as fotos demonstram e descobrimos que já havia sido outrora um pequeno concelho





e ainda mais, um troço dos Caminhos de Santiago



ou ainda a placa alusiva a uma Estalagem que remonta ao Sec. XVII.



Difícil imaginar aquela pacata e simples povoação, tão próxima de centros tão importantes como foram outrora Conímbriga e ainda o é hoje e sempre Coimbra, ter sido outrora concelho e local de peregrinações, seguramente para norte – Santiago de Compostela e porque não imaginar mais recentemente Fátima, para Sul.
Nem mesmo a referência a artistas outrora famosos, lado a lado com aquelas placas dos correios e dos posto públicos de telefones de outrora, que se confundiam emergiam nos mesmos espaços



Guardados na penumbra por aqueles edifícios seculares, de lojas feitos e onde ainda hoje se guardam os fenos e a palha dos cereais.





Seguimos depois em direcção ao Zambujal e, sinónimo da sua antiga importância, vejam as fotos do antigo lavadouro, com dezenas de pias e “pedras” e de lavadouros individuais, seguramente fruto de necessidades sociais de outrora, da sua população que seria seguramente em maior número do que actualmente, já que era evidente o completo desuso daquela estrutura social,



Guardada por aquela imponente majestosa serra ao fundo,



Seguindo por um trilho ao longo da estrada de Penela, atravessámos em direcção à estrada de Miranda e eis senão quando, no meio de nada, ou porque não de quase tudo o que a natureza nos tem para oferecer, nos surgiu umas alminhas,



em homenagem a uma qualquer Santa que não identificámos e com a guarda de Santiago no exterior - será que estamos em mais um pedaço dos seus caminhos?



Seguimos depois para Alcabideque e uma subida à sua pista de DH, até encontrarmos o caminho de regresso através de uma passagem por velhos e conhecidos trilhos por Orelhudo e depois a voltinha urbana da praxe pelas ruas íngremes e estreitas de Condeixa, ouvindo aqui e ali i barulho cintilante dos canais que trazem água desde Alcabideque ou da ribeira de Bruscos e de que para a próxima deixaremos algumas fotos, se entretanto chover mais para os encher mais um pouco.
Seria sem dúvida um cartaz turístico complementar de Conímbriga a elaboração de percursos pedonais ou mesmo para bicicleta complementados com uma visita ao património arquitectónico e urbano de Condeixa, a que podíamos dar o nome de “Caminhos de Água”
Quem sabe o executivo camarário não lê estas linhas e não aproveita a ideia …

Façam o favor de serem felizes …

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